quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sobre o Hakuna Matata e a Valesca Popozuda




Eu lembro que, há alguns meses, depois de uma semana cheia de stress, TPM e irritação, eu me enterrei numa profunda análise do que o termo “Hakuna Matata” realmente significava.

“Quando o mundo vira as costas pra você, você vira as costas para o mundo”, dizia o Timão. E tudo o que eu conseguia pensar era “esse é o jeito mais lúdico que a Disney encontrou de ensinar as crianças a dizerem FODA-SE”.

Hakuna Matata para os seus problemas, criancinha. Foda-se que seus pais estão se divorciando, que você está sem dentes e que o mundo, no geral, está acabando. Um foda-se simpático. Com trilha sonora. Análogo. Praticamente uma árvore de natal. Simbólico.

E eu, na minha bolha lunática de divagação, achei completamente válido.

Explico o porque: as teclas mais pressionadas na hora de criticar a Disney são os estereótipos. A princesa indefesa que espera o homem para ajeitar sua vida. O homem forte e incrível que salva o dia. A bruxa má e feia. Padrões, padrões, padrões.

Mas veja bem… Fui criada a base de filmes de animação. Não esse combo assassino de “Princesas Plumáticas”.  Filmes como Mulan, Pocahontas, Bela e a Fera, Branca de Neve e os Sete Anões…

Ao assisti-los, eu era convidada a um universo diferente. Deixava o sofá de casa e pulava para dentro da TV. Lá, encontrava animais que eram capazes de costurar, falar, bancar os detetives; feras que pareciam terríveis, mas que na verdade eram gentis, inimigos que no começo se mostravam como galãs; bibliotecas imensas, músicas que eram parte dos diálogos, árvores que davam conselhos e até cogumelos alucinógenos que faziam uma garotinha visitar o “País das Maravilhas”.

E enquanto a Disney usa dos seus artifícios e estereótipos para ensinar as crianças a dizerem foda-se, o que eu percebo do restante do mundo, principalmente da mídia, é a grande reprodução de duas grandes opiniões do último SENSACIONAL MEME da vida real.

Vamos lá ao que interessa.

Valesca Popozuda. Prova de filosofia no Distrito Federal. A POLÊMICA: ela é ou não uma GRANDE PENSADORA?

O que a galera não percebeu é que a gente acabou não discutindo isso, não é mesmo? Estamos divididos em dois:  os que acham que entenderam a piada do professor (que, aparentemente, foi irônico), e os que se revoltaram com a errônea sinalização de uma personalidade do funk como símbolo intelectual.

O que eu sinto falta, por exemplo, é da época em que gostar de funk não era uma “Afirmação Social”, mas uma questão de gosto musical. 

Eu não preciso gostar de funk para entender a importância desse tipo de música para um certo público. Assim como esse certo público não precisa gostar de musiquinha indie pretensiosa para entender a importância dela para  mim (foi uma piada, gente).

A questão é… Quando é que ficamos preguiçosos demais para termos uma opinião sobre as coisas? A gente basicamente se dividiu em dois gomos pré-definidos e retuitamos e republicamos os pensamentos alheios sem considerar, de verdade, o que a gente ACHA sobre aquilo.

Não éramos a geração do achismo?

E no meio dessa conversa toda, o nosso querido professor de filosofia só esqueceu de verificar que os autores de “Beijinho no Ombro” são, respectivamente, Wallace Vianna, André Vieira e Pardal. Não Valesca Popozuda.

Hakuna Matata, amigos, Hakuna Matata.

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Um ps: anexo o link da matéria do Terra, apenas para dizer que MEO DEOS, como essa porra tá mal escrita.

4 comentários:

  1. Keep calm e Deixa de recalque :v

    Bwahahahaha

    Hakuna matata, é lindo dizeeeer *-*

    É o jeito mais bonitinho pra dizer "foda-se" para todas as merdas que acontecem nessa vida ^^/

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  2. Metade dos meus amigos do Facebook se revoltaram com a situação, onde já se viu uma pensadora e etc hahahahah
    eu só ri, gente para que levar as coisas tão a sério? 2014 cada um tem direito de gostar do que quer, e a brincadeira me desculpa mas foi otima rs, o professor soube usar o contexto e independente de quem seja serviu para os alunos dele ;)

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  3. Eu fiz um post analisando esse meme do momento, algumas semanas atrás.
    Basicamente, não compreendo tanta condenação a Valesca Popozuda. Ela pode sim ser considerada um símbolo intelectual para um determinado grupo da sociedade. Para outros, não. O professor está certo quando afirma que, à partir do momento em que alguém cria um conceito e esse conceito é repassado para a sociedade e repetido por ela, pode-se considerar esse ser "criador" um pensador. Aliás, eis um princípio básico de Filosofia.
    Beijos.

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